Esta distância que nos une
domingo, 19 de janeiro de 2014
Ontem estive cerca de duas horas numa estação de metro. A olhar. A pensar na vida. Porque não sabia de outro sítio para onde ir. Ainda tive oportunidade de esclarecer um grupo de familiares de três gerações sobre o sentido em que circulava o metro. Então ocorreu-me: cinco minutos antes de saltar para a linha serei ainda capaz de estar a ajudar desconhecidos a encontrarem o seu caminho.
Aquele momento pior de todos (a meio da noite, a meio da festa, a meio da dor) em que a pessoa de quem mais gostavas, de quem mais precisavas e em quem mais confiavas (e, logo, de quem mais esperavas) te deixou sozinha. Devias ter percebido, depois disso, que serias perfeitamente capaz de estar sozinha todos os restantes momentos. Não devias ter procurado o alívio rápido para a mágoa num abraço, sentimento mendigado. Devias ter dito obrigada e adeus.
sábado, 18 de janeiro de 2014
Make it go away
Make it go away or make it better, canta a Holly Cole, isn't that what love's supposed to do? A simplicidade com que o canta. E tem razão. É o que se espera do amor: que pegue em tudo o que nos dói e o faça desaparecer ou o melhore. Talvez seja demasiado. Talvez não se deva esperar tanto. Mas a verdade é que quando esse mecanismo falha uma pessoa se pergunta se vale a pena.
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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Um pensamento muitas vezes repetido
As pessoas tendem a fazer o que é melhor para elas, embora muitas vezes prefiram pensar que o fazem pelos outros, que é o melhor para os outros; pelo menos de modo adverbial: também. Mas o que é melhor para mim nem sempre é melhor para ti, o que é melhor para mim e para ti nem sempre é melhor para eles, o que é melhor para eles nem sempre é melhor para ti. Não se consegue agradar em simultâneo a gregos e a troianos. As pessoas escolhem, e há sempre quem ganhe e quem perca. Pode ser complicado perceber que a minha escolha beneficia uma pessoa mas prejudica outra, que dá a mão a uma pessoa mas deixa outra para trás. Não vale a pena fingirmos que somos todos igualmente importantes na vida uns dos outros. Escolhemos, sim, a quem queremos agradar neste ou naquele momento, sempre; tudo o que existe é desequilíbrio, e acontece resistirmos a aceitar essa realidade. É também por isso que pode ser muito complicado lidar com a própria responsabilidade na mágoa de outra pessoa. Porque, enfim, isso que gostamos tanto de lembrar: cada um é responsável pela sua vida, e quem está mal que se mude. É, mais cedo ou mais tarde, é isso que acontece. E é também uma escolha.
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