Já é tempo da Metropolitano de Lisboa me atribuir um subsídio por serviços prestados. Afinal, sempre são cerca de oito de anos de utilização mais ou menos regular deste meio de transporte; cerca de oito anos a esclarecer dúvidas aos meus co-utentes (houve mesmo uma vez em que me desviei completamente do meu percurso para me assegurar de que uma senhora com um ar muito confuso conseguia chegar ao seu destino).
De há uns anos a esta parte, são as máquinas de venda automática de bilhetes. Fantásticas, não são? Pois. Mas acontece que por vezes avariam ou que nem sempre os utentes percebem como é que aquilo funciona (se eu quisesse usar uma daquelas expressões de que agora toda a gente gosta muito, poderia dizer que nem toda a gente possui a literacia e a competência tecnológica para utilizar as máquinas) e, quando tal acontece, nem sempre há um funcionário da Metropolitano no átrio da estação. Nessas alturas, garanto-vos, dá muito jeito se eu for a passar -- há até quem aguarde pacientemente que eu termine uma conversa telefónica para depois me pedir ajuda para tirar o bilhete.
E mesmo quando há uma funcionária da Metropolitano, devidamente identificada, há quem prefira pedir ajuda a esta que vos escreve. Aconteceu-me hoje. Fiquei a perguntar-me porquê, mas, reparando no ar enjoado de quem-vai-prestar-mais-um-favor-a-esta-gente-tonta-que-não-percebe-nada-disto da funcionária, não durante muito tempo.